Por uma Psicologia do Bem Viver reflexões sobre a prática psicológica que necessitamos para a Amazônia
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Resumo
Os modos de produção, consumo e ocupação dos espaços que se tradicionalizaram com a colonização brasileira exacerbam uma cultura destrutiva da vida que coloca em risco todos os ecossistemas do planeta. Neste cenário de desastres coletivos surge a necessidade de práticas psicológicas sensíveis às questões ecológicas e humanitárias de nosso tempo. Este ensaio busca refletir acerca da necessidade da elaboração de uma outra prática em Psicologia, uma que se integre efetivamente ao contexto da Amazônia brasileira. Partimos do pressuposto de que a Psicologia, por muito tempo, negligenciou na sua produção de saber e prática, um olhar dinâmico para realidade em que os indivíduos estão inseridos. De modo indireto, e por vezes diretamente, essa Psicologia de ordem colonial corroborou para o fortalecimento dos valores burgueses, inclinando-se a ocultar os determinantes socioambientais na produção da subjetividade concreta dos brasileiros e brasileiras. Para a superação dessa perspectiva colonial da Psicologia, propomos uma Psicologia do Bem Viver, ou seja, a formação de uma ciência e profissão feita no comprometimento profundo da relação humano-natureza, da valoração dos saberes tradicionais e das relações humanas na Amazônia que escapem à lógica capitalista. A Psicologia do Bem Viver é um giro de perspectiva, que deve se materializar na cotidianidade, tendo a diversidade da comunidade amazônica como perspectiva central.
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